O livro de Atos nos
relata a vez em que o profeta Ágabo previu, pelo Espírito, que uma
grande fome viria sobre todo o mundo. Essa profecia se cumpriu alguns
anos depois. Antes disso, porém, com base nessa previsão, os
cristãos juntaram recursos financeiros para socorrer os irmãos que
sofreriam com essa fome na região da Judeia.
É curioso perceber
que a igreja, ao receber o alerta do profeta, não se uniu em oração
para repreender a tal fome. O motivo eu desconheço. Talvez o profeta
tenha recebido, junto com a profecia, a revelação de que a situação
não poderia ser mudada com orações. Ainda assim, havia um
propósito na previsão: que os irmãos se preparassem para ajudar as
pessoas que viriam a sentir o impacto da fome. Provavelmente, os mais
pobres.
A Igreja de hoje, em
todo o mundo, está diante de uma realidade que guarda similaridades
com aquela descrita em Atos. Uma emergência de amplitude global, que
está trazendo consequências para praticamente cada pessoa na face
da terra. Devemos orar, é claro. Mas será que não está na hora de
fazermos algo além? A Igreja, ao longo da história, tem marcado o
mundo através do acolhimento aos necessitados, daqueles que se
encontram em situação de total desamparo. É por isso que a Igreja
criou santas casas de misericórdia, orfanatos e leprosários. É por
isso que tivemos São Francisco de Assis e Madre Tereza de Calcutá.
Esse é um momento
em que o mundo precisa não só de respostas, mas também de ajuda.
As previsões mais otimistas indicam que teremos não só mais
desemprego em um futuro próximo, mas também que o poder de compra
de grande parte da população vai diminuir drasticamente durante
alguns meses. Talvez seja o momento da Igreja agir mais como Igreja,
tocando um mundo assustado e necessitado com boas obras.
Historicamente, a Igreja costuma funcionar melhor quando olha pra
fora, ao invés de apenas para dentro. Existe a oportunidade de
sermos uma bênção ainda maior para o mundo, sendo Jesus na vida de
muitas pessoas. Iremos aproveitá-la?
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